Se a mitologia asteca fosse resumida numa única palavra, a fertilidade estaria no centro de todas as crenças. A vida, a procriação, a alimentação e a natureza dependiam da fertilidade. Os deuses e deusas da fertilidade eram, portanto, essenciais para a mitologia asteca. Neste artigo, vamos dar uma olhada nessas divindades, seus rituais e representações artísticas, bem como as práticas mais obscuras em torno do sacrifício humano.
A principal divindade da fertilidade: Xochiquetzal
Quando falamos de fertilidade na mitologia asteca, inevitavelmente falamos de Xochiquetzal. Filha de Tlazolteotl, deusa da volúpia e da purificação, e de Piltzintecuhtli, deus do Sol, Xochiquetzal é frequentemente representada como uma jovem bonita e graciosa. Ela era a deusa da beleza, do amor, da fertilidade, da arte, da música e da agricultura. Era também a guardiã da sexualidade.
O papel de Xochiquetzal era vigiar a reprodução e a fertilidade, bem como a vida e a morte. Influenciava o ciclo de vida, desde o nascimento até à morte. Os rituais associados a Xochiquetzal eram numerosos e variados. Oferendas de flores, perfumes, jóias e comida eram feitas para honrar a sua beleza e generosidade.
Para representar Xochiquetzal, os artistas astecas usavam frequentemente a papoila, a cauda do pavão, o beija-flor, a borboleta, a concha e a serpente.
Outras divindades da fertilidade
Além de Xochiquetzal, os astecas também honravam outros deuses da fertilidade e deusas. - Cinteotl era o deus do milho, uma das principais fontes de alimento para os astecas. Ele era, portanto, essencial para a sobrevivência do povo. - Tlaloc era o deus da chuva. Sem chuva, as colheitas não podiam crescer, a vida tornava-se difícil e as oferendas a Tlaloc eram essenciais. - Chalchiuhtlicue, deusa das águas, tinha influência na fertilidade da terra, mas também nos nascimentos e na purificação da água. - Centeotl, deus da agricultura, era também importante para o povo asteca. As colheitas e a distribuição da terra dependiam dele.
Cada um destes deuses desempenhava um papel crucial na vida quotidiana e havia muitos rituais para os honrar.
Sacrifícios humanos em cultos de fertilidade
Infelizmente, a mitologia asteca não se limitava a honras e oferendas. Os sacrifícios humanos eram comuns nos cultos de fertilidade. Os astecas acreditavam que estes sacrifícios eram necessários para assegurar a boa vontade dos deuses e assim garantir uma boa colheita ou a fertilidade das mulheres.
As vítimas eram frequentemente prisioneiros de guerra ou escravos. Eram torturadas antes de serem sacrificadas. Os rituais eram horríveis e foram descritos pelos conquistadores espanhóis como bárbaros e sanguinários. Esta prática levou muitos astecas a virarem-se para o cristianismo quando os espanhóis chegaram.
Representações da fertilidade na arte asteca
A arte asteca estava muitas vezes ligada à mitologia e às crenças do povo. As representações da fertilidade eram, por isso, frequentes em obras de arte. Existem três temas principais associados à fertilidade na arte asteca.
O primeiro tema é o dos deuses e deusas da fertilidade. São representados em todas as formas, desde a escultura à pintura.
O segundo tema é a fertilidade humana. As mulheres grávidas, os actos sexuais e o parto eram frequentemente representados em imagens bastante grosseiras ( ).
O terceiro tema é a fertilidade da natureza. Plantas, animais e elementos naturais eram encenados para celebrar as forças da natureza.
Conclusão
Para os astecas, a fertilidade era uma preocupação central. Os deuses e deusas da fertilidade eram honrados com complexos rituais e sumptuosas oferendas. Infelizmente, esta mitologia também tinha um lado negro, com práticas sanguinárias e sacrifícios humanos . Compreender esta mitologia é, portanto, essencial para uma melhor compreensão da história e da cultura azteca.